Geração Perdida : Mais de 100 mil portugueses desempregados emigram

31-01-2013 21:10

 

Mais de 100 mil portugueses sem emprego emigram

 

São mais de 100 mil os portugueses a deixarem o país à procura de trabalho. Em 2011 eram 44 mil. Com uma taxa de desemprego situada nos 16,5%, Portugal é um dos países da União Europeia onde o número de despedimentos e empresas a entrar em falência aumentam exponencialmente.

A emigração é  vista como a solução de uma geração perdida, que vive o dia-a-dia, sem perspectivas de futuro.

Segundo o observatório da emigração, os destinos mais procurados pelos portugueses são Angola (23.787), o Reino Unido (16.350) e a Suiça (11.972).

                                                               

Há uma diminuição das oportunidades dos jovens na inserção do mercado de trabalho. A taxa de desemprego nesta faixa etária é de 39% .

Para combater esta tendência, o governo português aprovou o “ Plano Estratégico  «Impulso Jovem ». 

Este projecto assenta em três vertentes :  estágios profissionaisapoio à contratação e ao empreendedorismo e apoios ao investimento.

Embora positivas, estas medidas são consideradas pela maior parte insuficientes para inverter esta tendência.

 

Da Geração rasca à geração perdida

 

Nos anos 90, os jovens portugueses foram designados pelo jornalista Vicente Jorge Silva com uma expressão que viria a marcar uma época - “Geração Rasca”. Este termo caracterizava as manifestações estudantis da altura contra as provas globais no Ensino Secundário.

No início do século XXI designavam-na de geração à rasca pela continuidade agravada de falta de oportunidade.

Actualmente, a população mais jovem é designada como a “ geração perdida” por ver desperdiçadas as suas capacidades. Procuram trabalho fora do país.

Nos anos 60, Portugal assistiu a um fluxo emigratório sem precedentes de pessoas não qualificadas que procuravam melhores condições de vida e fugiam ao regime salazarista. Um dos objectivos da saída de muitos emigrantes era economizar para voltar ao país de origem.

Após o fim da ditadura a 25 de Abril de 1974, o país desenvolveu-se e muitos do que foram, retornaram.

 O perfil do actual emigrante português é o de alguém jovem, qualificado e especializado que procura trabalhar na sua área de especialização.

O país que lhe permitiu o conhecimento e aprendizagem para o inserir no mercado interno, é o mesmo que o ‘incentiva’ a emigrar por falta de oportunidades de emprego.